26 de junho de 2014

Entrevista com Altamiro Borges - Parte I

O presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Altamiro Borges, recebeu este blogueiro para uma entrevista sobre comunicação, jornalismo, censura e perseguições a cidadãos comuns que manifestam a opinião em redes sociais. Eis a primeira parte. Conheça mais sobre a missão do Centro de Estudos Barão de Itararé.


8 de junho de 2014

18 de abril de 2014

O Globo quer detonar blogueiros que entrevistaram Lula por 3h30

Fernando Brito, n’O Tijolaço, em 14.04.2014
Fernando Brito é autor do texto lido por Cid Moreira no Jornal Nacional como direito de resposta de Leonel Brizola a acusações contra o seu governo. Um texto mais do que atual para o jornalismo brasileiro.



Soube que o jornal O Globo está procurando uma associação entre este blog e publicidade oficial ou financiamento por algum órgão público, empresa ou político.
Então, vou facilitar a vida do colega escalado para fazer o “serviço”.
O Tijolaço sempre foi registrado em meu nome.

http://www.viomundo.com.br/denuncias/o-globo-tenta-detonar-o-tijolaco-esses-irmaos-marinho.html

14 de abril de 2014

Dilemas da mídia na democracia


O dilema, na democracia, não é entre uma imprensa calada ou essa que temos. Uma imprensa monopolizada por algumas famílias, que atua como um partido político.

por Emir Sader em 07/04/2014 às 06:22, na Carta Maior

A Presidente Dilma Rousseff costuma dizer que “prefere a imprensa barulhenta que calada”. Só que esse dilema se colocava na ditadura, quando a imprensa podia ser calada pela ditadura e era preferível que, qualquer que fosse sua orientação, permanecesse livre para expressá-la.

Na democracia as opções são outras. Ninguem quer calar a imprensa. Essa é a versão que ela busca dar das propostas de democratização dos meios de comunicação. Estas, ao contrário, não querem que ninguém deixe de falar, mas que muito mais gente, oxalá todos, possam se expressar.

O dilema, na democracia, não é, então, entre uma imprensa calada ou essa que temos. Uma imprensa monopolizada por algumas famílias, que define o que diz, como, quando, que pretende ser o partido de oposição, que distorce e/ou esconde a verdade. Uma imprensa financiada pelas agências de publicidade e, através destas, pelas grandes empresas, que colocam publicidade e, por meio delas, condicionam o funcionamento da imprensa.

Uma imprensa que escolhe quem vai escrever, como e quando, alinhando-se abertamente – conforme confissão explicita disso – como partido politico da oposição. Uma imprensa que, apenas dos índices econômicos revelarem o oposto: a economia cresce, aumenta o nível de emprego, os salários sobem acima da inflação, a inflação está controlada – cria um clima de incerteza, de preocupação, de insegurança, que por sua vez, se reflete em pesquisas manipuladas. Essa a imprensa que temos hoje, que condiciona as chamadas “agências de risco”, que pressiona sistematicamente o governo pelo aumento da taxa de juros, que representa não a população, mas o capital financeiro.

A alternativa a essa mídia antidemocrática não é calá-la. É democratizar a formação da opinião publica, limitando o poder monopolista dos meios atuais, abrindo canais alternativos da mídia – TV, rádio, jornais, internet. Ao não avançar em nada nessa direção, o governo é vitima da monopolização antidemocrática da mídia.

A mídia criou um clima de “terrorismo econômico”. E no marco de um modelo hegemonizado pelo capital especulativo, sumamente volátil e sensível a movimentos bruscos, esse clima tem efeito, aqui e lá fora. E o governo assiste impassível a essas manobras que anulam as tentativas do governo de canalizar recursos para os investimentos produtivos. O governo reage defensivamente, aumentando sucessivamente a taxa de juros diante do fantasma artificialmente construído do risco inflacionário. Reage exatamente como os especuladores e seus ventríloquos na mídia desejam – aumentando as tendências recessivas, pela atração dos capitais para a especulação.

Os boatos, o pânico forjado, o terrorismo da inflação, ao não ter respostas politicas, se tornam forças materiais e as auto profecias se cumprem, deixando o governo em um circulo vicioso. Sem democratização dos meios de comunicação, quebrando essa cadeia antidemocrática e especulativa, nem sequer a retomada do crescimento econômico será possível e sustentável. O dilema da mídia na democracia não é entre mídia monopolista ou silêncio, mas entre terrorismo econômico da ditadura midiática ou democratização dos meios de comunicação.

12 de abril de 2014

Comunicação Comparada é a solução para resgatar interesse público no Jornalismo





do Muda Mais


2 DE ABRIL DE 2014

ERRARAM

Plim plim: dois pesos, duas medidas

O equilíbrio é um princípio importante para o bom jornalismo. Especialmente quando está baseado em critérios objetivos e pode, de alguma forma, ser verificado. Junto à busca pela verdade e à pluralidade de opiniões, ele forja os princípios da atividade jornalística moderna.

Se você tem a impressão de que este equilíbrio é muitas vezes colocado de lado na cobertura dos casos mais rumorosos da política nacional, você está certo. O Muda Mais fez os cálculos do noticiário do Jornal Nacional sobre as denúncias de formação de cartel e pagamento de propinas no Metrô de São Paulo e os comparou com a cobertura da compra da refinaria de Pasadena pela Petrobrás. Resultado: a média de exposição diária do caso Petrobrás é nada menos do que 13 vezes maior do que o caso Alstom/Metrô de SP.

Entre 7 de novembro de 2013 e 25 de março último, ou seja, em 130 edições do JN, as denúncias e investigações sobre corrupção no Metrô de SP ocuparam cerca de 77 minutos do telejornal. Foram divulgadas 23 matérias. A mais longa teve 8 minutos e 15 segundos. Cinco delas duraram menos de 1 minuto. Em todas, o assunto era bem ponderado. Todos os acusados tinham direito de resposta para rebater as acusações. E todos, claro, refutaram. As expressões usadas nos textos das reportagem também são bem suaves. Para o Jornal Nacional, não há quadrilha, mas um “suposto cartel”. E não há acusados, mas suspeitos.

Em comparação, desde que o caso Petrobras/Pasadena eclodiu, há 11 dias, o Jornal Nacional dedicou a ele 64,5 minutos de cobertura. Foram 10 matérias, três delas com pelo menos 10 minutos cada. Nenhuma com menos de 3 minutos. E em todas não há suspeitos, mas acusados. E não há supostas questões contratuais no processo de aquisição da refinaria, mas irregularidades na compra da refinaria.

Vale a pena destrinchar os dados relativos às exposições dos dois casos no telejornal – que vai ao ar de segunda a sábado. Desde que surgiram as primeiras denúncias do caso do Metrô de São Paulo, os telespectadores ouviram “boa noite” da bancada do JN cerca de 130 vezes. Durante cinco meses completos, o tema foi abordado em 23 edições. Por outro lado, em apenas 11 dias – ou seja, 10 edições, excluindo-se o domingo – o caso Petrobras foi abordado em todas as oportunidades, ininterruptamente.

Portanto, se dividirmos o tempo total de exposição de cada um dos temas pelo número de edições que foram ao ar do telejornal desde a primeira aparição deles no noticiário, teremos algo curioso. Para o Metrô de São Paulo, nas 130 edições, houve 77 minutos de cobertura, ou seja, uma média de exposição diária de 35 segundos. Já o caso Petrobras chegou ao horário nobre da TV Globo por 64,5 minutos nas 10 edições, o equivalente a uma média de 6 minutos e 30 segundos de exposição diária. Os cálculos apontam para uma cobertura, proporcionalmente, 13 vezes maior do caso Petobrás em comparação ao do Metrô.

É compreensível que, em 130 edições, a temática acabe por se diluir e, portanto, apareça menos frequentemente ao longo do tempo. Chama a atenção, no entanto, que em apenas 10 edições, o caso Petrobras já tenha um tempo de exposição tão próximo ao caso do Metrô.

O tratamento desproporcional dado pelo Jornal Nacional a temas ligados ao PSDB e ao PT, ou, se você preferir, ao governo federal e ao governo do estado de São Paulo, não é propriamente uma novidade. Mas é sempre bom ir para a prancheta e colocar os pingos nos is. Se “ouvir os dois lados” é um princípio do bom jornalismo, que nome se dá quando eles são tratados com dois pesos e duas medidas?

*****

A resposta da Globo a Dilma

Eduardo Guimarães, no blog da Cidadania, em 14.02.2014


A coluna da jornalista Monica Bergamo na Folha de São Paulo da última quinta-feira feira (10) deu uma informação algo surpreendente: na segunda-feira (8), a presidente Dilma Rousseff recebeu o vice-presidente das Organizações Globo, João Roberto Marinho, que foi a ela com pleitos sobre a suposta interferência da rede de telefonia celular 4G na transmissão de tevê digital.

Segundo a jornalista em questão, Dilma teria manifestado a Marinho desconforto com o noticiário da Globo contra o governo federal. A matéria, tal como foi veiculada na coluna de Bergamo, deixa entender que a presidente teria, de alguma forma, vinculado o atendimento do pleito do barão da mídia a maior comedimento no partidarismo político da Globo.

Não se sabe se houve mesmo algo nesse sentido, mas não parece verossímil que Dilma propusesse tal barganha. O mais provável é que ela apenas tenha aproveitado a oportunidade, mas sem proposição de qualquer troca de favores. Até porque, para os barões da mídia seria uma troca muito aquém de suas pretensões hegemônicas.

Seja como for, Dilma teria ponderado com Marinho que sua emissora vem “carregando nas tintas” do noticiário contra o governo federal, e não só no caso Petrobrás. O Jornal Nacional da mesma terça-feira em que o vice-presidente da Globo e a presidente da República se encontraram teve 16 minutos de pancadaria contra o governo.

O telejornal em questão tem duração de pouco mais de 30 minutos. Ou seja: a Globo gastou metade de seu principal telejornal para atacar o governo com atraso nas obras da Copa, críticas à economia e, claro, com ataques à Petrobrás.

Naquele mesmo dia, enquanto Dilma e Marinho se encontravam, Lula dava entrevista a blogueiros…

Na noite do mesmo 8 de abril, o Jornal Nacional começou a artilharia com uma matéria sobre atraso em obras da Copa que durou 4:01 minutos. Mais 2:27 minutos foram gastos com o tema que levou Marinho a Dilma, a interferência da rede 4G na TV digital. E mais pancadaria sobre o governo com matéria sobre baixo crescimento da economia que durou 35 segundos, com o caso do deputado André Vargas por 2:47 minutos, com ataques à Petrobrás por 3:08 minutos, com a CPI da Petrobrás por mais 2:36 minutos. No total, foram 15 minutos e 56 segundos de espancamento do governo.

Até aí, a ponderação de Dilma com Marinho talvez não pudesse ter surtido efeito; tinham conversado horas antes da edição massacrante do JN. Vejamos, então, o que ocorreu nos dias seguintes.

Em 9 de abril, em 5 minutos de Jornal Nacional, durante 21 segundos o primeiro ataque ao governo Dilma se dá na questão da energia elétrica, supostamente subfaturada aos brasileiros por razões políticas. Eis que, como que para afetar “isenção”, o JN apresenta uma reportagem de 1:05 minuto desfavorável ao PSDB, sobre o racionamento de água que já ocorre na grande São Paulo, mas a Globo não diz. E a reportagem não toca na responsabilidade do governo Alckmin, apenas apresenta o problema que pode se abater sobre a grande São Paulo. Porém, logo o telejornal retoma o ataque ao governo. Foram 2:38 minutos para o deputado André Vargas, 2:04 minutos para a inflação, 2:58 minutos para a CPI da Petrobrás. Ao total, foram 7:23 minutos contra o governo do PT e 1:05 minuto contra o do PSDB.

Em 10 de abril, dia da nota na Folha sobre a queixa de Dilma a Marinho, mais 2:19 minutos para inflação, 2:02 minutos para incentivar as pessoas a economizarem água em São Paulo (uma bela ajuda a Alckmin), 2:39 minutos para criticar atraso nas obras das Olimpíadas de 2016, 38 segundos (isso mesmo, 38 segundos) para noticiar que o ex-ministro de FHC e candidato de Aécio ao governo de Minas Gerais (Pimenta da Veiga) foi indiciado por lavagem de dinheiro, 43 segundos contra o deputado André Vargas, 4:25 minutos para vincular Dilma e Lula a compra por FHC em 2001 de usinas termelétricas da Alstom (o que obrigou os petistas a manterem contratos que o tucano assinou), 23 segundos contra a Petrobrás e 1:44 minutos para dar razão à oposição contra o governo na ampliação do escopo da CPI da Petrobrás, atacando decisão de Renan Calheiros de permitir a investigação, também, de escândalos envolvendo PSDB e PSB. No total, foram 12:23 minutos contra o governo, 2:02 minutos a favor de Alckmin e 43 segundos contra o PSDB.

Em 11 de abril, o JN começa com Dilma na defensiva, dando explicações sobre a inflação em matéria de 52 segundos. Em seguida, notícia distorcida de 2:21 minutos de duração sobre recuo na atividade econômica, reportagem de 23 segundos sobre problemas nas obras da Copa, reportagem de 1:57 minuto sobre corrupção na Petrobrás, mais 1:36 minuto sobre o mesmo tema e mais 33 segundos sobre o doleiro envolvido com o deputado André Vargas. Desta vez, foram “só” 7:10 minutos, mas só contra o governo Dilma e o PT, sem nada contra a oposição.

Em ano eleitoral, quando a mídia escolhe maioria tão avassaladora de matérias desfavoráveis a um lado e gasta tão pouco contra o outro lado, provoca efeitos eleitorais. Alguns dirão que tudo que o JN noticiou contra o governo Dilma e o PT tinha que ser noticiado. Só que não existem problemas só desse lado.

O caso de Pimenta da Veiga, candidato do presidenciável Aécio Neves ao governo de Minas e que foi indiciado por lavagem de dinheiro, por certo mereceria bem mais do que 38 segundos. O racionamento de água no maior centro urbano da América Latina – bem como as responsabilidades pelo problema – mereceria muito mais atenção de um jornalismo sério. O escândalo do cartel de trens em São Paulo, já em fase adiantada de investigação, inclusive com políticos do PSDB sendo investigados pelo STF, esse sumiu de vez.

Ao deputado André Vargas poder-se-ia contrapor Robson Marinho, homem forte do tucanato paulista no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e que está envolvido até o pescoço no escândalo dos trens paulistas, mas continua trabalhando normalmente. Ou poder-se-ia contrapor o caso de Pimenta da Veiga, muito mais grave. Mas o JN faz suas escolhas…

O que impressiona é a presidente Dilma ter achado – se é que a matéria de Monica Bergamo é verdadeira – que poderia chamar um dos irmãos Marinho à razão. Aliás, melhor dizendo, chamá-lo à responsabilidade, já que, por ser uma concessão pública, a faixa do espectro radioelétrico que a Globo ocupa não pode ser usada com fins político-partidários.

PS do Viomundo: Surpresos? Agora vocês entendem o que foi que revoltou um grupo de jornalistas da TV Globo de São Paulo, durante a campanha eleitoral de 2006. Além dos escândalos produzidos pelo serviço de inteligência da campanha tucana, que passam a dominar o noticiário, o viés do Jornal Nacional torna-se completamente amargo alguns meses antes das eleições. Mera coincidência.

11 de abril de 2014

A melhor entrevista coletiva dos governos Lula/Dilma: 3h30 min de duração!


A entrevista de Lula a blogueiros from Luiz Carlos Azenha on Vimeo.

Canalhas têm sempre o mesmo DNA

João Vicente Goulart: 'Mídia hoje é igual a de 1964'

Por Felipe Bianchi

Em coletiva a blogueiros e mídias alternativas nesta quinta-feira (10), o filho do ex-presidente Jango, João Vicente Goulart, falou sobre a reconstrução da história política de seu pai e criticou duramente a participação decisiva da grande mídia na preparação do terreno para o golpe militar. Para ele, os 'jornalões' faziam oposição sistemática ao projeto de seu pai, “construindo uma história para esconder a verdade”.

6 de abril de 2014

A grande imprensa apoiou o golpe e a ditadura: os adesistas estão por aí - é a mesmice de sempre

Os grandes veículos se passam por adversários da ditadura, mas colaboraram com ela e não tiveram papel relevante para o fim do regime por Beatriz Kushnir* — publicado 31/03/2014 04:54, na CartaCapital Desde fins da da década de 1990, parte da historiografia brasileira sublinha que o (equivocado) processo de Anistia cunhou a (errônea) visão de que vivemos envoltos em uma tradição de valores democráticos. A partir das lutas pela Anistia, como sublinha Daniel Aarão Reis, “libera-se” a sociedade brasileira de “repudiar a ditadura, reincorporando sua margem esquerda e reconfortando-se na ideia de que suas opções pela democracia tinham fundas e autênticas raízes históricas”.

Beatriz Kushnir: A mídia colaboracionista from Luiz Carlos Azenha on Vimeo.

20 de março de 2014

Laurindo Leal Filho: O Brasil da mídia e o país real

Hoje, quando abrimos jornais, ouvimos o rádio e vemos as TVs comerciais, o retrato é de um país à beira do abismo, tudo vai mal. Situação de quase pleno emprego, milhões de pessoas retiradas da miséria pelo Bolsa Família, pacientes atendidos em cidades que nunca haviam visto um médico antes são apenas alguns exemplos do Brasil ignorado pelo jornalismo “independente”.

Laurindo Leal Filho: O Brasil da mídia e o país real

Organizações denunciam posição antidemocrática de Folha e Estadão

Cerca de 80 institutos de pesquisa, grupos de assessoria jurídica popular, organizações de direitos humanos do Brasil lançam nota de repúdio ao editorial do Jornal O Estado de S. Paulo, de 3 de março deste ano, intitulado “Drible do Judiciário”. Na mesma esteira do artigo “Contra a Lei”, da senadora Kátia Abreu, publicado na Folha de S. Paulo, e da nota da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o editorial ataca propostas de mediação de conflitos fundiários rurais e deslegitima o direito à terra por comunidades, povos tradicionais e camponeses.
Organizações denunciam posição antidemocrática de Folha e Estadão

13 de março de 2014

Venício Lima: Contra evidências, Secom-PR não muda

Na fala inicial que o ministro Thomas Traumann da SECOM-PR fez ao apresentar a jornalistas a “Pesquisa Brasileira de Mídia 2014 – Hábitos de consumo de mídia da população brasileira”, no dia 7 passado, ele afirmou, resumidamente, o seguinte:


“Todos sabemos as enormes transformações que estão acontecendo em relação a como e através de quais meios as pessoas se informam. Para o governo, este dado é uma das formas de avaliar as políticas públicas implementadas. A pesquisa que esta sendo divulgada é a mais completa já realizada no Brasil sobre o assunto. E, apesar de todos saberem que o acesso à internet vinha subindo, agora se comprova que ela está sendo usada cotidiana e rotineiramente como fonte de informação por quase metade dos brasileiros. Os jornais, todavia, permanecem sendo os veículos com maior credibilidade” [cf.http://www.youtube.com/watch?v=jN7h36xy9Ns].Por Venício Lima, na Carta Maior

Venício Lima: Contra evidências, Secom-PR não muda

'Mídia será o grande instrumento da oposição na eleição', afirma Altamiro Borges

“A mídia será o grande instrumento da oposição na eleição de 2014, que tem tudo para ser uma das mais sujas da história contemporânea do Brasil”. A aposta é de Altamiro Borges, jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. Em palestra na sede da entidade, em São Paulo, realizada nesta terça-feira (11), ele e Renato Rovai, editor da revista Fórum, discutiram o papel dos grandes meios e das novas tecnologias de comunicação nas eleições de 2014. Em comum, a expectativa de um processo intenso, tanto do ponto de vista político quanto do jornalístico.Texto por Felipe Bianchi

'Mídia será o grande instrumento da oposição na eleição', afirma Altamiro Borges

4 de março de 2014

UNESCO lança manual para jornalistas de verdade

“A Investigação a partir de histórias: um manual para jornalistas investigativos”, por Mark Lee Hunter, é um guia já reconhecido por jornalistas investigativos de várias partes do mundo e publicado pela primeira vez pela UNESCO em 2009, em diversas línguas. Cinco anos mais tarde, devido à grande demanda, a UNESCO no Uruguai lança a publicação em espanhol e em português. As versões já estão disponíveis para download gratuito e se somam às outras cinco línguas previamente publicadas.


O valor e a importância da precisão, do cuidado e da busca detalhada de informações pelo jornalismo investigativo em uma democracia são cada vez mais reconhecidos. Suas contribuições são essenciais para a governabilidade democrática. A existência de um watchdog público que expõe e informa os cidadãos e cidadãs sobre as eventuais más práticas dos membros supostamente confiáveis da sociedade ou do governo é fundamental para uma democracia que funciona de forma saudável.


No entanto, Mark Lee Hunter sugere que o jornalismo investigativo envolve não somente cobrir o que não funciona bem. Ao longo da publicação, ele reforça: “Por fim, não busque apenas coisas que envolvam transgressões. É frequentemente mais difícil realizar um bom trabalho de reportamento sobre algo que está dando certo – entender um novo talento, ou um projeto de desenvolvimento que alcançou as suas metas, ou uma empresa que está gerando riqueza e empregos. Identificar os elementos replicáveis do sucesso, ou as ´melhores práticas´, é um valioso serviço aos seus expectadores.”


A publicação centra-se na abordagem baseada na investigação por hipótese. Todas as etapas do processo investigativo, desde a concepção, passando pela pesquisa, controle de qualidade, escrita e divulgação foram aplicadas e exaustivamente analisadas e bem ilustradas por estudos de caso reais em cada capítulo.


Devido à natureza do seu trabalho, jornalistas investigativos enfrentam, com frequência, muitos desafios inesperados, especialmente em países onde o Estado de Direito ainda não está consolidado. Na última década, mais de 600 jornalistas foram mortos e muitos mais sofreram ataques não-fatais. Além disso, tem havido um reduzido índice de condenação dos autores desses crimes.


Promover a segurança dos jornalistas faz parte dos compromissos de longo prazo da organização, por isso a UNESCO esteve envolvida, desde o início, com o Plano de Ação das Nações Unidas sobre a Segurança dos Jornalistas e a Questão da Impunidade, que foi aprovado pelo Conselho dos Chefes Executivos das Nações Unidas, em 12 de abril de 2012. A UNESCO também salienta a importância daliberdade de informação para o jornalismo investigativo.


A UNESCO reconhece não apenas a importância do jornalismo investigativo, como também promove frequentemente debates sobre a responsabilidade da mídia e os padrões profissionais e éticos, além de sublinhar as ameaças a que estão sujeitos os jornalistas durante o exercício de seu trabalho. Assim, fornece aos jornalistas informações, treinamento e sugestão sobre materiais que lhes permitam exercer melhor sua profissão. É o caso neste manual.


A UNESCO encoraja e apoia os jovens que estão interessados no jornalismo investigativo como uma vibrante carreira profissional e, portanto, a Organização está especialmente entusiasmada em oferecer esta ferramenta de trabalho ao público que fala português e espanhol. De acordo com o autor Mark Lee Hunter, “há uma série de reportagens investigativas importantes produzidas em espanhol e português, em países como Brasil, México e outros países latino-americanos, bem como na Europa, África e, em particular, em Moçambique”.


Baixe aqui a publicação (PDF):
em português
em espanhol
em inglês


Assista com comentários do autor:
em inglês com legendas em português
em inglês com legendas em espanhol 

FONTE: UNESCO.ORG

Prefeito de SP entrevistado por blogueiros

8 de fevereiro de 2014

Ao contrário do que ocorre na AP 470, é fácil apontar desvio de dinheiro público no mensalão PSDB-MG

Se você é daqueles que acredita que o mensalão PSDB-MG é igual ao esquema financeiro da AP 470 pode despedir-se de mais uma ilusão.
 A leitura das alegações finais de Rodrigo Janot,  procurador geral da República sobre o mensalão PSDB-MG mostra uma verdade difícil de negar. Tudo aquilo que se disse – e não se provou – sobre o esquema de Valério-Delúbio pode ser dito e provado no mensalão PSDB-MG.
 A polêmica principal sobre o mensalão dos petistas diz respeito ao desvio de recursos públicos. O procurador geral Antônio Carlos Fernando, seu sucessor Roberto Gurgel e o relator Joaquim Barbosa sustentam, desde o início, que o esquema Valubio baseou-se no desvio de R$ 73,8 milhões de recursos públicos. Dizia-se, no começo, que esse dinheiro fora desviado do Banco do Brasil. Uma apuração mais acurada mostrou que o dinheiro pertencia ao Fundo de Incentivo Visanet, destinado a divulgar o cartão Visa, que é uma  empresa privada. Hoje não há a mais leve dúvida a respeito.
Embora uma única testemunha tivesse dito que – qualquer que fosse sua natureza -- os recursos destinados a DNA eram desviados para campanhas petistas, a contabilidade mostra que o desvio – se houve – está longe de ter sido demonstrado.
As contas batem, conforme várias auditorias.
 E tanto é assim que nesta semana, teremos uma novidade neste item. Enquanto os réus da AP 470 já estão cumprindo penas longas, em regime fechado, seus advogados começam a distribuir uma notificação judicial aos veículos que receberam as verbas da DNA. Estamos falando da TV Globo, Editora Abril, Estadão, Folha, Editora Três.  
 Convencidos de que irão colher um dado que ajudará a demonstrar a inocência dos réus, os advogados querem que as  empresas confirmem – ou desmintam  – a informação de que os recursos da DNA chegaram a seus cofres. Estes dados, a rigor, encontram-se nos documentos da AP 470. Mas ficaram ali, congelados nos arquivos, sem que fosse possível examinar seu significado e extrair todas implicações.
 A consulta às empresas, que será feita agora,  deveria ter ocorrido em 2005 ou 2006, na época da denúncia. Era o tempo certo para uma checagem tão importante, decisiva, até.
 Mas não interessava questionar uma teoria que agradava tantas pessoas e tantos interesses, vamos combinar.
 A leitura das alegações finais de Janot sobre o mensalão do PSDB descreve fatos muito mais graves. Ele fala de desvio de milhões de reais de empresas estatais do governo de Minas Gerais. Fala da Copasa, Codemig, Comig. Ao contrário do que acontecia com a Visanet, que se definia como “empresa de capital privado”, em seus estatutos e também num questionário enviado a CPMI dos Correios, aqui estamos falando de empresas públicas, controladas pelo governo do Estado, com funcionários concursados e tudo mais.
 A Copasa é a Companhia de Saneamento do Estado. A Codemig dedica-se ao desenvolvimento econômico e obras de infraestrutura. A Comig é a estatal de mineração.
Não há comparação possível com a Visanet, criada pela multinacional dos cartões Visa, uma das maiores empresas do mundo. 
 Com notas e depoimentos, Janot descreve cenas tão didáticas que poderiam estar num filme. O  dinheiro sai  das estatais, chega às agências e, em vez de ser gasto em publicidade, é despachado para os cofres da campanha estadual do PSDB em 1998. Porções mínimas das verbas destinadas a publicidade chegaram a seu destino. A maior parte ficou no meio do caminho, diz ele.
 Muitas pessoas diziam, quando Roberto Jefferson fez a denúncia, que o PT apenas repetia o que o PSDB fizera antes. O próprio Lula disse em Paris que seu partido nada fazia de diferente daquilo que ocorria “sistematicamente” na política brasileira.  
 Parecia uma forma do PT tentar proteger-se atrás dos erros do adversário, o que levou a acusação de que o partido queria justificar seus erros através dos erros dos outros. Talvez seja mais correto afirmar o contrário. A construção de uma visão distorcida  na AP 470 ajudou a encobrir erros e desvios -- mais graves -- da AP 536-MG.
 Embora o próprio Janot se permita, nas alegações finais, lembrar as semelhanças – e algumas distinções  – entre os dois mensalões, as diferenças são muito maiores do que se quer acreditar.  O Banco Rural é o mesmo, um personagem central – Valério – também. Até as secretarias eram as mesmas.
 Mudava a natureza da mercadoria.
 A existência do mensalão PSDB-MG chegou ao STF Supremo em 2003 mas ficou em segredo até a denúncia de Roberto Jefferson contra o PT. Foi então que se descobriu que Marcos Valério, o parceiro que se aproximou de Delubio – o Carequinha, nas palavras de Jefferson -- nos meses finais da campanha de 2002, havia sido formado e treinado nas campanhas tucanas desde 1998. 
 Veio daí a teoria de que o segundo mensalão era uma cópia do primeiro. As diferenças no ponto essencial – dinheiro público – permitem pensar em outra hipótese. A teoria do segundo mensalão serviu para justificar o primeiro.
 É como se, já tendo conhecimento anterior do mensalão PSDB-MG, a acusação tenha feito o possível para vestir o esquema de Delúbio-Valério com as mesmas roupagens e a mesma gravidade, fazendo uma denúncia igual para casos substancialmente diferentes.  Isso explica porque se forçou a barra para dizer que as verbas saiam do Banco do Brasil e, quando se verificou que sua origem era a Visanet, para dizer, num exercício espantoso, aque os recursos seguiam publicos embora fossem propriedade de uma empresa privada. 

FONTE: http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/coluna/347201_MENSALOES+DIFERENTES

A chapa esquentou: Acusações de Janot a Azeredo de...

A chapa esquentou: Acusações de Janot a Azeredo de...: por Luís Carlos da Silva, especial  para o Viomundo Nessa sexta-feira, 7 de fevereiro, o Procurador-Geral da República (PGR), Rodrigo J...

Uma TV tão boa que ninguém vê

Uma TV tão boa que ninguém vê: Por Gabriel Priolli, em seu blog : Uma pesquisa encomendada pela BBC ao instituto de pesquisas britânico Populus, que foi noticiada por Ke...

30 de janeiro de 2014

Lula fala sobre internet e a difamação on-line

Só acrescento à fala do Lula que a justiça tem sido buscada por políticos picaretas que se dizem caluniados, somente pelo interesse em censurar e impor achaques e perseguições. Este foi o meu caso. Para quem duvida disso, leia a obra Urgência Urgentíssima. É um produto de consultoria de comunicação sobre este mesmo assunto e a narrativa a respeito da implantação de uma TV pública 24 horas de notícias.

Altamiro Borges: Mídia alternativa avança na Venezuela

Altamiro Borges: Mídia alternativa avança na Venezuela



E no Brasil, terra dos picaretas da mídia, tudo continua a mesma coisa. Pena que a TBC News, apesar de torrarem cerca de R$ 10 milhões em publicidade todos os meses em Goiás (em média) não tenha dado certo. Ainda me recordo quando o coordenador da implantação da novidade marconista, Marquinhos Villas-Boas, afirmou, em 2011, que U$ 5 milhões bastariam para se criar a TBC News. Até coloquei no livro que escrevi sobre comunicação este fato.



Participei do processo de criação da TBC News de forma engajada sem saber que o governo Marconi Perillo era associado a organizações criminosas, conforme anunciado pelo MPF-GO e Polícia Federal, no âmbito do Escândalo Carlos Cachoeira e CPMI do Congresso Nacional. Fui inocente em me meter com essa bandidagem toda.



Acabei processado pelo "democrata" José Luiz Bittencourt Filho, presidente da Agecom, inaugurando uma lista de processados por crimes de opinião que hoje teria mais de 50 cidadãos. Fui ameaçado de morte. A muito contragosto, obrigado a pedir exoneração do serviço público e fugir de Goiás. Me tornei quase um clandestino no meu próprio País.



Obrigado aos colegas da redação da TBC que me apoiaram. Foram pouquíssimos. No entanto, esses colegas são mais valorosos que a soma de toda a maioria que se omitiu ou aderiu aos esquemas montados na campanha eleitoral pelas diretrizes do governo paralelo do Cachoeira.



Agradeço também ao presidente da Comissão de Direitos Humanos da AL-GO, deputado Mauro Rubem, que foi o único político de Goiás que se solidarizou com a minha causa e ainda me apresentou ao Escritório Cerrado de Advocacia, onde fui atendido pro bono e por meio do qual já ganhamos uma das disputas judiciais em que JLBF quis me enquadrar a fim de me calar.



Sonho um dia em poder voltar a Goiás. São e salvo.